Polícia sem estrutura depende de ajuda local
“Procura-se amigos da segurança pública”. Esse, provavelmente, deverá ser o cartaz afixado pela cidade de Campos do Jordão, caso os Policiais Civis da região queiram ter uma nova delegacia para atuar. Parece piada, mas não é. Após cinco meses atendendo o público, de forma improvisada, dentro de um ônibus, a categoria espera uma solução do governo: a reforma do prédio interditado desde outubro do ano passado ou a transferência para outro edifício até que as providências sejam tomadas. Por enquanto, não há perspectiva para nenhuma das medidas. E se observarmos o histórico da administração municipal, os policiais vão precisar do apoio dos comerciantes locais para que possam voltar a trabalhar com estrutura e dignidade.
Em outubro de 2021, foi instituído pela Lei 17426/21, o “Dia do Comerciante Amigo da Segurança Pública”. O objetivo é homenagear os cidadãos do ramo do comércio pelas gentilezas prestadas aos agentes da segurança pública em seus estabelecimentos. A legislação apenas corrobora com o comportamento recorrente do poder público, ou seja, transferir as suas responsabilidades e fugir dos seus compromissos. “É a premiação da política da ‘carteirada’, restabelecida pelo governo, ferindo a fundo a necessária imparcialidade q deve nortear os trabalhos da polícia judiciária. Dessa forma que o Estado mais rico da federação cuida das edificações, viaturas, e viabiliza o custeio das polícias do estado, buscando gentilezas junto aos comerciantes”, afirmou o presidente do Sinpolsan, Renato Martins.
Inclusive, vários prédios da Baixada Santista foram e vão ser reformados graças a essa colaboração. “Aqui em Santos, em assinatura de contrato para reforma de prédio do 1º DP de Praia Grande, observou-se a inexistência de Edital de Licitação no site do Estado, revelando que será mais uma obra custeada pela prefeitura local, a mesma responsável pela construção da DDM e Necrim, como também da sede da Seccional, DEIC e CPJ”, complementou Martins.