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Sinpolsan visita DDMs e constata falta de efetivo

Na teoria, elas foram criadas para prestar atendimento especializado à mulheres, crianças e adolescentes, que passaram por situações de violência física, moral e sexual. Na prática, integram o mesmo grupo de unidades policiais tentando sobreviver à falta de funcionários e ao descaso dos líderes tucanos.

Enquanto teoria e prática não se alinham, os casos de feminicídio continuam crescendo significativamente, colocando o Brasil como o quinto país que mais mata mulheres no mundo.

Dados atualizados explicam esse ranking. De Janeiro a Setembro deste ano, aumentou em 27% o número de assassinatos contra o público feminino, em comparação a 2018.

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Crédito/Foto: Aparecido Gonçalves-Arte G1

A quantidade de registros passou de 94 para 119. Entre as principais medidas propostas pelo poder público para resolver o problema está a ampliação do horário de atendimento das Delegacias da Mulher (DDMs). Antes, apenas uma tinha o expediente estendido. Agora são dez, e a previsão é de que sejam 30 até 2022.

A iniciativa parece louvável, sobretudo, quando 55% dos crimes acontecem à noite ou na madrugada. No entanto, de que adianta ter as portas abertas se não há efetivo suficiente para atender as denúncias? A pergunta é antiga, assim como a resposta ainda é desconhecida.

Visita

Para comprovar esse cenário vergonhoso, o presidente do Sinpolsan, Marcio Pino, está visitando DDMs de diferentes cidades paulistas. Nesta terça-feira, ele esteve em Campinas junto com o presidente da Federação Sudeste, Aparecido Lima de Carvalho (Kiko), para mostrar a realidade.

No local, os representantes da categoria constataram jornadas excessivas, além de funcionários da 2⁰ seccional cobrindo ausência de delegado na DDM e vice versa.

Vale lembrar que o princípio básico da Delegacia da Mulher é ou, pelo menos, deveria ser, a existência de policiais preparados, vocacionados e constantemente treinados e reciclados para cumprir as determinações legais, especialmente as previstas na Lei Maria da Penha.

“Como seguir essa regra se as escalas são feitas de forma a tapar buracos? As DDMs nada mais são do que personagens de destaque no discurso do governador. É muita propaganda e pouco resultado”, destacou Pino.

“Vimos uma sobrecarga que acaba levando ao estresse, afastamento, coisas que não são faladas. É lamentável esse comportamento do governo onde uma instituição vive o seu maior déficit da história”, complementou Kiko.

“Pouco se faz e quando fala que está fazendo, na verdade está maquiando. Certamente, está falando da entrada, mas nunca da saída de policiais, sendo que a entrada não cobre nem um décimo do que está saindo”, finalizou o presidente da Federação Sudeste.

Márcio Pino e Kiko constatam realidade vergonhosa
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