Aqueles que passarem pela Avenida São Francisco, 136, no Centro de Santos, nos próximos meses, terão a oportunidade de constatar, na fachada do Palácio da Polícia, a placa que retrata uma importante conquista do Sinpolsan: o anúncio da contratação das obras de reforma, ampliação, restauração e adequação do prédio, cujas irregularidades foram sucessivamente denunciadas pelo Sindicato.
Foi quase uma década de lutas, que culminaram, agora, com a nomeação de uma empresa para realizar o serviço e acabar, de uma vez por todas, com os riscos até então gerados aos funcionários e à população. Mais do que uma placa indicando a proximidade do início dos trabalhos, a sinalização representa mais uma batalha vencida em meio a tantos obstáculos enfrentados pelos Policiais Civis. É o início do fim de um símbolo de desmoralização da Polícia Civil de Santos.
Foram anos de mobilização e tentativa de diálogo com o governo para acabar com as condições insalubres do Palácio. As ações do Sinpolsan começaram ainda em 2015, lideradas pelo ex-presidente, Marcio Pino, atual presidente da Feipol Sudeste. Dois anos antes, em 2013, o governo tucano chegou a prometer R$ 1 milhão para o espaço. No entanto, a obra nunca saiu do papel. Foi necessário recorrer ao Judiciário e contratar engenheiro para que a situação não fosse jogada no esquecimento. No curso da demanda judicial, o profissional atestou os problemas estruturais.
Apesar da comprovação, a Administração insistiu em negar os fatos. No entanto, o Sindicato jamais pensou em desistir, e sozinho seguiu com a ação judicial, tomando as providências necessárias que culminaram com a interdição do edifício e, só assim, com a demonstração dos riscos iminentes, ao ser desmascarado e impossibilitado de seguir procrastinando, o Governo não teve outra alternativa senão a de assumir suas responsabilidades e iniciar a reforma do prédio. Uma conquista emblemática!
“Foi uma luta solitária, que durou seis anos”, destacou o presidente do Sinpolsan, Renato Martins, que já atuava na diretoria da entidade, quando tudo começou. De acordo com o representante dos Policiais Civis da Baixada Santista e Região, a questão do Palácio integra uma enorme lista de adversidades enfrentadas pela categoria e que precisaram da intervenção do Sindicato.
O Sinpolsan agiu não apenas na questão do Palácio, mas também na substituição dos coletes balísticos, vencidos há quase uma década, que deixava os profissionais vulneráveis, no caso dos EPI’s durante a pandemia – os funcionários chegaram a receber álcool em gel vencido e quantidade insuficiente de máscaras de proteção – e no desabamento do reboco do teto de uma das salas do 2º DP de Santos, entre outras ações que demonstram que a conquista e a mudança é possível, basta disposição para enfrentar.
O Sinpolsan, sozinho, sem apoio, conseguiu enfrentar a força do Estado e desmascarar as retóricas da Administração que a todo momento procurou escamotear a verdade. A posição do Sindicato de estar sempre ao lado do policial é indiscutível e as conquistas revelam a possibilidade de mudanças, sobretudo da melhoria salarial que é o mais importante. Para isto, basta que a categoria unida, confie e fortaleça cada vez mais o seu verdadeiro e legítimo instrumento de defesa que é o que o Sindicato representa.
“Foram ações necessárias, mas que não representam a real necessidade dos Policiais Civis. Precisamos de dignidade, valorização, respeito e o mais importante, salário justo. Essas vitórias foram conseguidas pelo Sindicato sem apoio, mas servem de exemplo para que a categoria observe a sua força se estiver unida. O Sindicato é o instrumento dos trabalhadores e a valorização salarial passa pela mobilização e pelo fortalecimento de sua entidade representativa”, afirmou Martins.
“Mobilizados, unidos e determinados temos a possibilidade de enfrentar o Estado e reverter nossa situação. A placa instalada à frente do prédio representa a coroação, a vitória do trabalho do Sinpolsan! Venceu a verdade, a retidão, a honra, o caráter, a competência e a dignidade, que nortearam a luta liderada pelo Márcio Pino que persistiu corajosamente e conseguiu calar os monsenhores da hipocrisia e arautos da incompetência”, finalizou o presidente.
