Em matéria publicada na edição desta segunda-feira do Jornal A Tribuna, a repórter Rosana Rife ouviu o presidente do Sinpolsan, Renato Martins, sobre a luta da categoria para incluir os profissionais de segurança no Plano Nacional de Imunização (PNI). Além disso, o representante dos Policiais Civis da Baixada Santista e Região falou sobre a satisfação de ver os trabalhadores receberem a primeira dose a partir do dia 5 de abril. Confira, na íntegra, as respostas de Martins sobre o assunto.
Rosana Rife: O que você achou da medida (decisão do governo de inserir os policiais no grupo prioritário, com data definida para vacinação)?
Renato Martins: A medida foi um justo reconhecimento daqueles que desde o início da pandemia não deixaram de exercer suas funções, possibilitando que os heróis da saúde exerçam as suas atividades com segurança. Vale ressaltar que já existem levantamentos dando conta de que o número de policiais infectados vem superando os profissionais de saúde, demonstrando a necessidade de imunização da categoria. No entanto, em que pese sua importância, essa medida não fará com que o Sindicato desista da ação ajuizada contra o Estado (Processo nº 1005455-91.2020.8.26.056) cujo objetivo é o fornecimento dos equipamentos necessários para a proteção contra o Covid-19. Isso porque, considera fundamental que seja assegurada também a proteçãor daqueles que são atendidos nas Unidades Policiais. No ano passado o Sinpolsan teve que buscar o Judiciário para obter o fornecimento de máscaras e álcool gel, que até hoje não vêm sendo fornecidos em quantidades suficientes e de qualidade. Além de terem recebido álcool gel vencidos e sem eficácia, os protocolos de proteção não vêm sendo seguidos, deixando a categoria mais vulnerável. O cenário deixa claro como a imunização é um grande avanço.
R.R.: O que ela traz de esperança para a categoria?
R.M.: A princípio, traz a esperança e a expectativa de que em breve toda a população seja imunizada, possibilitando o retorno à normalidade. Além disso, também traz a esperança de que a luta da categoria sirva de exemplo, pois esse reconhecimento foi resultado de mobilização e luta. A inclusão dos policiais foi resultado da pressão desenvolvida pela Cobrapol, diante das demandas das Federações e dos Sindicatos, que conseguiram sensibilizar o Ministério da Saúde, resultando na inclusão dos Policiais no Plano Nacional de Imunização. Houve, ainda, o apoio do Ministério da Justiça, que influenciou na decisão da pasta federal.
R.R.: Os Policiais Civis poderão trabalhar mais tranquilos?
R.M.: Sim, com a imunização os policiais trabalharão com mais tranquilidade, pois em caso de eventual contágio o risco de agravamento e evolução da doença fica afastado.