Mais do que um simples preconceito, uma ameaça à vida. Nesta semana, termina a campanha Novembro Azul, criada para conscientizar o público masculino sobre o câncer de próstata. O Sinpolsan reforça e chama a atenção da categoria: há uma chance de escolher entre vencer ou morrer.
É isso mesmo. Especialistas são incisivos ao afirmar que a descoberta precoce da doença aumenta significativamente a chance de cura. No entanto, para que o diagnóstico seja feito na fase inicial, é fundamental a realização dos exames de rotina, a partir dos 45 anos ou antes para aqueles que contam com histórico familiar.
O silêncio da enfermidade é outro motivo relevante para que a procura de um profissional seja feita anualmente e não apenas quando houver sintomas.
De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer cresce lentamente e pode não dar sinais durante anos. Ou seja, o cenário é claro: não restam motivos para tabu.
“O nosso Sindicato prioriza a saúde do trabalhador, de forma que ele esteja apto a exercer a sua função e cuidar da sua família. Porém, não depende apenas de nós”, destacou o presidente Marcio Pino.
“A visita constante ao médico deve ser algo que faz parte do dia a dia da categoria. Sobretudo, quando se trata de uma doença tão grave como o câncer. Por isso, peço que fiquem atentos e deixem de lado qualquer vergonha. Vergonha é ficar doente por preconceito”, afirmou ainda o representante dos policiais civis da Baixada Santista e região referindo-se ao toque retal, ainda evitado por muitos homens.
Importância dos exames
Talvez nem todos estejam cientes da eficácia do exame. Muitos acreditam que o chamado PSA (de sangue) é suficiente para descobrir o tumor. Porém, já foi constatado que aproximadamente 20% dos casos positivos encontrados por meio do toque retal podem contar com PSA normal ao diagnóstico.
A verdade é que os dois exames juntos (toque e PSA) conseguem diagnosticar 80% das situações de neoplasia de próstata. Seguir hábitos saudáveis também está entre as recomendações dos médicos para evitar a doença.
Na lista, está a prática de atividades físicas, não fumar, evitar bebidas alcoólicas e manter uma alimentação rica em vegetais, já que o sobrepeso e a obesidade estão entre os fatores de risco, assim como idade e hereditariedade.
Em 2018, foram mais de 68 mil novos casos. Esses valores correspondem a um risco estimado de 66,12 registros a cada 100 mil homens, além de ser a segunda causa de morte por câncer em homens no Brasil, com mais de 14 mil óbitos. “Os números falam por si só”, destacou Pino.