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SINDICAL

Ano Novo, velhos problemas

Ao se deparar com uma manchete de jornal sobre segurança pública, acredite: “nem tudo que reluz é ouro”. Sobretudo, quando se trata de ações do governo estadual que, normalmente, prioriza o discurso em detrimento da prática. 2020 mal começou, mas as primeiras notícias já mostram que o poder público não deu Adeus ao Ano Velho e, muito menos, está pronto para felicitar o Ano Novo.

Ao mesmo tempo, segue com o objetivo de subir no palanque pronto para chamar a atenção. Nesta última quarta-feira, foi anunciada a criação de uma nova delegacia seccional em Praia Grande. A previsão é de que a unidade seja entregue nos próximos meses. Para quem lê parece positivo, para os policiais civis têm apenas um significado: falta de planejamento e organização.

“Essa é a forma desorganizada de o governo tratar a segurança. Vai criar mais uma unidade, sendo que não há efetivo para suprir a necessidade das já existentes. Uma seccional exige a implantação de vários departamentos e, consequentemente, a contratação de mais pessoas”, afirmou Márcio Pino, presidente do Sinpolsan.

“O governo deveria primeiro anunciar a contratação de novos policiais e assim que estivesse realizando as devidas reposições nas delegacias existentes e com novos funcionários para a unidade que quer abrir, dar andamento ao projeto. A falta de efetivo é um dos principais problemas da categoria atualmente, prejudicando o exercício das atividades essenciais da Polícia Civil”, analisou Pino.

Imprudência

Além da seccional, prevista para ser inaugurada em abril, também faz parte do chamado complexo de segurança da Polícia Civil da cidade, a Delegacia da Mulher (DDM). Em uma região, que conta com um déficit de, aproximadamente, 500 profissionais de segurança, é considerado, no mínimo, imprudente, a criação de mais delegacias.

“Será que o governador acha mesmo que implantar distritos significa reforçar a segurança? Ou será que a intenção é apenas cumprir promessas de campanha, seja como for? A população precisa de funcionários bem preparados, valorizados. Os munícipes não querem apenas portas abertas mas, sim, segurança completa”, disse o representante dos policiais de Santos e região.

A criação precária, há quatro anos, de uma nova seccional em Campinas, é um exemplo da implantação de delegacias apenas com finalidade política e não com a intenção de combater o crime.

De acordo com o presidente da Feipol Sudeste, Aparecido Lima de Carvalho (Kiko), até hoje a unidade não conta com os departamentos essenciais para o funcionamento de uma seccional.

“Na época, o Alckmin buscou somente repercussão política, anunciando a primeira cidade do estado a ter duas seccionais. O problema é que ela foi inaugurada precariamente e segue assim até hoje por falta de recursos, sobretudo, humanos. O grande déficit de funcionários é a principal dificuldade enfrentada pela nossa categoria e não será resolvida em curto tempo”, finalizou Kiko.

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