Reféns, policiais feridos, marginais mortos. Esse não é apenas o resultado de um assalto, mas sim o reflexo da audácia de quem encontra na falta de ações do governo uma lacuna para o avanço da criminalidade.
Uma tentativa de roubo à transportadora de valores Brink’s no aeroporto de Viracopos, em Campinas, na manhã desta quinta-feira, mostra que o raio pode, sim, cair duas vezes no mesmo lugar. Sobretudo, quando se trata do estado de São Paulo, onde “sucateamento” é a palavra chave para descrever o respaldo recebido pela Polícia Civil para a realização do seu trabalho.
Enquanto bandidos portam armas de guerra e atuam como milícia urbana, os profissionais de segurança seguem esquecidos. Estão ainda à espera de um milagre a cada mês, ano ou novo mandato.
“É inadmissível que em um estado considerado a locomotiva do Brasil, o Setor de Inteligência das polícias não tenha capacidade de antever ou prever criminosos orquestrando tais ações. Os frequentes assaltos, que vem ocorrendo no terminal de Viracopos, lamentavelmente acontecem. Uma das razões é a falta de investimento e sucateamento da Polícia Civil”, afirmou o presidente do Sinpolsan, Márcio Pino.
“Se o Setor de Inteligência funcionasse e estivesse monitorando, consequentemente, seria possível e fácil antecipar essas ações, evitando que os crimes acontecessem. Como consequência, evitaríamos confrontos e diminuiria o risco da nossa população e dos nossos Policiais. Evitaria também a perda de vidas, prevenindo prejuízos às empresas e a rejeição destas ao nosso Estado”, completou.
Promessa do Governador
Durante a sua campanha e no início do seu mandato, Dória prometeu zerar o déficit nas forças policiais, que atualmente ultrapassa os 8 mil. Além disso, garantiu investimento em armamento, tecnologia e estrutura, além de valorizar os policiais.
“Até o momento não há uma ação concreta que nos possibilite acreditar em mudanças, mas seguimos aguardando e lutando por melhorias”, finalizou Pino.
