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SINDICAL

Sinpolsan, Câmara e Guarda Municipal organizam palestra

O Setembro Amarelo está chegando ao fim, mas as manchetes de sites e jornais mostram que um mês não é suficiente para tratar do assunto. Precisa-se mais. É essencial acabar com o tabu que ainda ronda as doenças mentais.

Está cada vez mais evidente uma atenção especial àqueles que estão mais suscetíveis, devido a problemas sociais, carreiras “letais” e uma vida sob a mira de bandidos que sempre querem algo a mais.

Uma notícia divulgada nesta quarta-feira mostra que quando se trata de suicídio, os policiais civis de São Paulo estão no topo da lista daqueles que desistiram de lutar. Em meio ao sucateamento do sistema, às jornadas excessivas e, sobretudo, diante do descaso do governo, profissionais de segurança têm chegado ao seu limite.

Estatísticas

Sem força ou amparo psicológico para continuar, muitos optam por tirar a própria vida. Segundo a Ouvidoria estadual, em 2017 e 2018, 17 policiais cometeram suicídio.

E esse número representa uma taxa média de 30,3 suicídios a cada 100 mil policiais, por ano, ou seja, três vezes o índice aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Embora alarmante, as estatísticas não surpreendem o presidente Marcio Pino, que lamenta o triste desfecho da história de muitos companheiros.

“A carreira, por si só, já é muito estressante. Alia-se a isso, as dificuldades enfrentadas pela categoria. São baixos salários, plantões abusivos, família em risco e falta de estrutura para desenvolver um trabalho de qualidade”, destaca o representante dos policiais civis na Baixada Santista e Vale do Ribeira.

“Não é à toa que temos muitos trabalhadores afastados com depressão ou outros diagnósticos relacionados a saúde mental. Isso sem contar aqueles que aguentam calados e acabam por não suportar o peso da rotina”, ressalta.

Diante da falta de suporte do poder público, o Sindicato, além de atuar efetivamente em busca de melhorias para a categoria, prioriza o debate, a conscientização e tenta minimizar os transtornos sofridos pelos funcionários das delegacias da região.

“Cumprimos com o nosso papel, que ultrapassa a defesa de direitos. Os policiais precisam ser valorizados porque é inadmissível perdermos efetivo por meio do seu principal instrumento de trabalho”, disse Márcio Pino.

O presidente refere-se sobre a arma de fogo, já que em 85% dos casos ela é utilizada para a consumação do ato.

Palestra

Em meio a tantas informações preocupantes, Pino está organizando uma palestra, que será ministrada na noite desta sexta-feira, na Câmara Municipal de Santos.

Com o tema “Prevenção e Pósvenção ao suicídio”, o psiquiatra Miguel Ximenes vai dar dicas de como identificar que um amigo ou familiar está precisando de ajuda. “É fundamental a participação de todos”, garante o médico, que vai iniciar a apresentação às 19 horas.

A Câmara fica na Praça Tenente Batista de Miranda, 1, no bairro Vila Nova.

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