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SINDICAL

O reflexo do sucateamento

Eles vivem na mira do Estado e, consequentemente, acabam vítimas do julgamento da sociedade. O cenário que representa os profissionais de segurança parece dúbio mas, na verdade, mostra o reflexo de um processo histórico de desvalorização.

Quando um Policial Militar é insultado por um empresário em condomínio de luxo, fica claro que o discurso do governo sobre os altos salários dos servidores chamados, inclusive, de saqueadores dos cofres públicos não faz sentido.

Ao mesmo tempo, escancara o quão “marginalizada” é a categoria, que ao viver em meio ao sucateamento, é obrigada a se deparar com agressões verbais, cujas entrelinhas corroboram com as atitudes do poder público, sempre pronto para retirar direitos e reduzir benefícios dos seus funcionários.

Desvalorização

A frase “Você é um bosta. É um merda de um PM que ganha R$ 1 mil por mês, eu ganho R$ 300 mil. Quero que você se foda, seu lixo do caralho” traz à tona o demérito de quem integra o tripé de desenvolvimento de um País.

No entanto, há anos tem sido tratado como o último na lista de prioridades. E não para por aí. A altivez do empresário também tem outra interpretação, óbvia, mas, talvez, colocado debaixo do pano pelos líderes estaduais.

Os servidores, nada mais são do que representantes, em diferentes setores, do estado. A partir do momento em que policiais são rechaçados e como prêmio o agressor recebe a chance de responder por seus atos em liberdade, com pagamento de fiança, fica exposta a inversão de valores e a provável ingerência das autoridades.

“Frequentemente somos tratados como o câncer do estado pelos nossos altos salários. Porém, a fala do empresário mostra totalmente o contrário. Que o servidor ganha mal e ainda escuta absurdos de pessoas sem nenhum reparo e respeito. Em qualquer País com o mínimo de respeito e valorização dos seus servidores, esse empresário já estaria preso, uma vez que a figura do PM não representa um cidadão mas uma figura do próprio estado. E, pelo que vimos nas gravações, ao invés de ser repreendido, saiu com o benefício de responder em liberdade pelos seus atos. É, por isso, que a falta de valorização continua sendo a principal dificuldade enfrentada pela nossa categoria. Ela começa de cima e toma conta de todas as esferas, inclusive, a social”, afirmou o presidente do Sinpolsan e da Feipol-Sudeste, Marcio Pino.

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