Sábado 2 horas da manhã. Um morador de Praia Grande é vítima de assalto a mão armada no semáforo ao retornar de uma festa. Após o susto, a primeira providência é seguir até uma delegacia para registrar o Boletim de Ocorrência. Certo? Errado. Por que? Porque não há DPs abertos na cidade, à noite e aos finais de semana. Guarde bem esse relato pois, em breve, estará estampado em sites e jornais da região. Hoje, ele ainda é hipotético, mas em outras cidades do estado, ele já é real.
Se levarmos em consideração que o 3 DP de Praia Grande não possui nenhum delegado, a possibilidade de a Baixada Santista e Vale do Ribeira ganharem um plantão regionalizado pode estar mais próxima do que se imagina.
Recentemente, a imprensa mostrou moradores de Rifaina, Pedregulho e Jeriquara, no interior de SP, sendo obrigados a viajarem até 100 quilômetros para elaboração de um BO em Franca, local mais próximo com plantão pronto para atender ao público. O motivo é sempre o mesmo, falta de efetivo, impedindo que as delegacias fiquem abertas no período noturno, aos sábados, domingos e feriados.
Insatisfeita, a população teme pela falta de segurança e respaldo policial em situações de risco. Isso sem contar o prejuízo ao patrulhamento da PM, já que as equipes também precisam se deslocar à outras cidades para informar as ocorrências.
“Só o governo não enxerga ou prefere se esconder atrás de outras ‘prioridades’. O déficit de funcionários está causando prejuízos no estado inteiro e quem mais sofre com isso são os moradores, que ficam a mercê da criminalidade. As visitas recentes aos DPs da nossa região mostram que estamos seguindo pelo mesmo caminho, o do plantão regionalizado. Não podemos deixar isso acontecer”, afirmou o presidente do Sinpolsan, Marcio Pino que, recentemente esteve em Cajati, Eldorado, Jacupiranga e Praia Grande, onde constatou funcionários com jornada excessiva justamente pela ausência de efetivo.
“Chegamos ao limite, não há mais o que esperar para tomar as devidas providências”.
