Um Sindicato criado a base de lutas
Se para a maioria dos brasileiros a pandemia do coronavírus surgiu como um imprevisto em meio a uma rotina organizada, para os Policiais Civis a disseminação da Covid-19 levou o Sinpolsan a ter mais um motivo para lutar em defesa dos direitos da categoria. Prestes a completar 31 anos, o Sindicato se viu diante de mais um desafio para evitar o descaso do governo estadual.
Nos últimos 18 meses, a entidade precisou inserir junto às suas já constantes mobilizações, estratégias para garantir a preservação da saúde dos trabalhadores, que ficaram expostos à doença, enquanto o poder público, mais uma vez, virava as costas para os profissionais de segurança. No entanto, o Sinpolsan mostrou a sua força e o resultado tem sido positivo com muitas conquistas para a corporação.
Álcool em gel vencido, quantidade insuficiente de máscaras de proteção e funcionários impedidos de ficar em casa após contato com colega contaminado. Esses foram alguns dos obstáculos enfrentados pelos policiais durante o isolamento social, mesmo tempo em que precisavam driblar os riscos de serem contaminados, pois não podiam ficar em casa.
O acionamento da Justiça foi uma das soluções encontradas pelo Sinpolsan, já acostumado a buscar no poder judiciário o apoio necessário para vencer a falta de comprometimento da administração. Após três décadas da sua criação e o crescente sucateamento da instituição, o Sindicato sabe como agir diante de mais uma adversidade. E é graças a diretoria da entidade que a categoria tem sobrevivido à crise sanitária.
Na verdade, não é de hoje que os Policiais Civis contam com o Sindicato para manterem o mínimo de valorização e dignidade no ambiente profissional. Além da pandemia, outras vitórias foram alcançadas nos últimos meses, ou melhor, anos. Vulneráveis a criminalidade, os trabalhadores foram contemplados recentemente com novos coletes a prova de balas, após o Sinpolsan constatar e atuar efetivamente pela troca dos equipamentos, que estavam vencidos. O governo tentou omitir informações e se esconder atrás de mentiras, mas foi obrigado a cumprir com o seu dever. A interdição do Palácio da Polícia, no Centro de Santos, foi outra ação de sucesso da entidade. Em condições precárias, o prédio, repleto de falhas no sistema elétrico, teve as suas atividades suspensas, após trabalho feito pelo Sinpolsan.
Isso sem contar as reuniões com parlamentares, ida às ruas e manifestações em frente a Assembleia Legislativa em busca de melhores salários, infraestrutura, novos armamentos, aquisição de viaturas e a realização de concursos públicos para acabar com o vergonhoso déficit de funcionários nas delegacias. É uma longa trajetória, que está longe do fim.
“A proximidade dos 31 anos traz à tona todos os sacrifícios, desafios e dificuldades vencidas. É gratificante olharmos para trás e perceber quantos conquistas trouxemos para a categoria. E melhor ainda é olhar para o futuro e saber que estamos prontos para continuar lutando pelos policiais”, afirmou o presidente do Sinpolsan, Renato Martins, que conta com o apoio do atual presidente da Feipol Sudeste, Marcio Pino, que cumpriu seis anos à frente do Sindicato.
“Não foi fácil e continuamos traçando planos e estratégias para mudar os rumos dessa história marcada por tanto descaso e falta de reconhecimento. Mas, tenho certeza de que a base foi bem alicerçada. É importante apenas que todos saibam da necessidade de nos mantermos firmes e juntos nesse processo. A cada batalha, partimos para uma nova vitória e que assim seja, sempre”, destacou Pino.