fbpx
SINDICAL

Sinpolsan aponta desvalorização da Polícia Civil em A Tribuna

Em entrevista concedida ao Jornal A Tribuna de Santos, o presidente Renato Martins respondeu perguntas sobre os salários dos profissionais da categoria, conforme a reportagem veiculada nesta quarta-feira (6). O representante da Polícia Civil de Santos e Região foi contundente na defesa de todos os Policiais, além de ter apontado alguns pontos que caracterizam a ausência de Política de Segurança Pública e total descaso com a categoria.

De acordo com Martins, a situação na qual se encontra a Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira, base de sua atuação, é de uma carreira policial completamente desvalorizada pelo Governo Tucano, fato comprovado pelo déficit atual de mais de 12000 policiais.

“O Governo Dória apenas acentuou ainda mais a situação caótica, pois não trouxe nenhum planejamento, tampouco investimento capaz de modificar esse quadro. A infra-estutura combalida prejudica sensivelmente a qualidade do trabalho a ser desenvolvido”, afirmou o presidente.

“As Unidades Policiais do Deinter-6, que abrangem a Baixada Santista, trabalham, em sua maioria, com cerca de uma dezena de policiais. A região da Baixada Santista e Litoral Sul, conta apenas com um Instituto Médico Legal, o que inviabiliza, por exemplo, a realização de exames de corpo de delito. Hoje, todo e qualquer cidadão precisa se deslocar para Praia Grande, para ser atendido. Os Policiais precisam se deslocar para levar presos autuados em flagrante ou submetidos a exames básicos como o de exame de embriaguez. Esse é só um exemplo da situação em que se encontra a Polícia Civil. É a clara demonstração do desprezo com a segurança pública”, completou.

Demais cargos

Renato Martins ressalta ainda que a situação é mais grave quando se fala dos demais cargos. A categoria é composta também por Agentes Policiais e de Telecomunicações, além de Escrivães, Investigadores, Peritos, Auxiliares de Necropsia, Papiloscopistas que se encontram em situação muito pior, muito mais desvalorizados. “Além da defasagem salarial, estes profissionais ainda não recebem gratificação por acúmulo de função ao exercer trabalhos extraordinários, com cargas horárias excessivas e sem a devida contrapartida remuneratória. Isso já não acontece com os Delegados que, apesar da desvalorização, são compensados pelo GAT”, ressaltou o presidente.

Ainda em entrevista ao Jornal A Tribuna de Santos, o Sinpolsan lembrou que o Estado de São Paulo, que figura como a 21ª economia do Mundo, sede do maior porto da América Latina, maior PIB da Federação, oferece ao Servidor Policial o pior salário do país e a pior infra-estrutura que se pode admitir de um ente com tamanha arrecadação.

“Para se ter uma idéia, a Operação Verão implementada pelo Estado oferece a remuneração da diária (DEJEC) ao Delegado de R$ 265,16 (9,6 UFESP’s) e para demais Carreiras, R$ 220,96 (8 UFESP’s), ou seja, o Estado mais rico da Federação oferece para os Policiais diária semelhante ao valor da diária de um profissional da construção civil”, afirmou.

“Sem qualquer desrespeito, mas no Estado mais rico da federação, atividades que enfrentam menos riscos e com menos responsabilidades são melhor remuneradas do que o policial. A importância da atividade policial para esse Governo não tem qualquer valor. Isso é só um exemplo da situação. A remuneração é inferior a todos os Estados da Federação, que possui arrecadação muito inferior ao do Estado, demonstrando que não falta recurso, mas valorização. O Governo Tucano não valoriza a Segurança Pública”, complementou Renato Martins.

Um Governo sem respeito

Questionado sobre outros problemas enfrentados pela Polícia Civil da região, o Sinpolsan explicitou que os demais problemas já estão simbolizados no prédio sede do Departamento do litoral – Deinter-6. O Prédio da Polícia Civil, que alguns insistem em chamar de Palácio, esfarela a olhos nus. Representa o símbolo da situação encontrada nas Unidades Policiais da região. Recentemente desabou o teto de uma sala de uma Unidade Policial, que teve seu andar superior interditado.

“As viaturas estão em péssimas condições, até com pneus carecas. Há também a situação de coletes balísticos vencidos. A Administração não foi capaz de oferecer equipamento de segurança básico aos Policiais e só começou a regularizar após a ação judicial implementada pelo Márcio Pino, à frente do Sindicato. Os problemas se agravam, ainda, pois além da falta de investimentos, realizam inaugurações descabidas de Unidades, sem estrutura básica”, destacou Martins.

De acordo com o representante da categoria, no mês passado o Governador inaugurou uma Delegacia de Defesa da Mulher, em Itanhaém, com cinco funcionários. Essa lotação não é capaz de trazer as respostas que a população merece. O Governo Dória iniciou a criação de Quiosques Policiais, pois uma Unidade com cinco funcionários, não pode ser denominada Delegacia de Polícia, mas sim quiosque. Há quiosques no litoral com muito mais funcionários.

“Os Policiais do maior estado da Federação convivem com a baixa remuneração, ausência de planejamento, falta de estrutura física e falta de efetivo, trazendo a sobrecarga de trabalho e estresse laboral, resultando na deterioração do bem-estar e da saúde física e mental do Policial.  Há um número expressivo de policiais acometidos de doenças decorrentes da atividade e que tende a se agravar, pois existe ainda, um contingente em condições de se aposentar, piorando ainda mais a situação”, finalizou.

jornal a tribuna
Matéria publicada pelo Jornal A Tribuna nesta quarta-feira (6)

                                

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo