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Quando o essencial não deveria ser invisível aos olhos

Há menos de uma semana, os servidores públicos foram acusados, pelo ministro da economia, Paulo Guedes, de “tentarem saquear o gigante que está no chão” ao ironizar sobre um possível reajuste da categoria em tempos de pandemia. Nesta terça-feira, o discurso mudou mas não, claro, a favor do funcionalismo. Em nova entrevista para a imprensa, ele afirmou que o Estado deve se tornar acionista de companhias aéreas, devido a crise provocada pelo novo coronavírus. “Vamos resolver nesta semana o problema das aéreas, elas vão receber os recursos”. Para bom entendedor, dois discursos contraditórios, com certeza, bastam.

Na visão do ministro, aqueles que estão se arriscando para salvar vidas, sem poder ficar em casa e totalmente expostos ao Covid-19, não merecem “que as medalhas sejam dadas antes da guerra” e, provavelmente, nem depois, conforme conta a história. Quando se trata das grandes empresas, os cofres públicos serão destravados e colocados à disposição para evitar prejuízos. “Quando é para socorrer os empresários, o Estado deixa de ser liberal. Não somos nós os saqueadores mas essas empresas que vivem explorando o trabalhador com empréstimos subsidiados pelo governo e exonerações fiscais”, disse o presidente da Feipol Sudeste e Sinpolsan, Marcio Pino.

A verdade é que as notícias não surpreendem, sobretudo, diante dos fatos e números divulgados diariamente na mídia. As informações apenas ratificam o que é, realmente, considerado essencial para o poder público. E, tudo indica, que não são a saúde e a segurança, mesmo com profissionais morrendo para manter o País vivo. “Somos indispensáveis apenas para podermos ir para as ruas. No caso dos policiais, por exemplo, não há nenhuma novidade. Com ou sem pandemia, nunca sabemos se vamos voltar para casa e, mesmo assim, somos constantemente desvalorizados e desprezados”, destacou Pino.

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