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SINDICAL

O pior cego é aquele que não quer ver

Como diz o próprio ditado popular, “o pior cego é aquele que não quer ver”. Quando se trata de segurança pública no Brasil, além de não existir interesse em ver, há predisposição a esconder, ao mesmo tempo em que se finge acreditar em números que estão longe de a realidade tratar.

Há manchetes para todos os gostos. Aquelas para quem gosta de se enganar: “Crimes no Brasil reduziram em janeiro de 2020”. E aquelas para o público que prefere em fatos acreditar: “Assalto a carro dos Correios causa pânico em São Vicente”.

Enquanto as estatísticas da Segurança Pública expõem um cenário positivo e até acalentador, basta estar nas ruas para sentir na pele o avanço da criminalidade. A verdade é que os números estão escondidos atrás da falta de investimentos, das delegacias sem estrutura, do efetivo defasado e, consequentemente, do atendimento precário.

Posicionamento

“É lamentável a cegueira do governo do Estado ao acreditar que a segurança pública terá bons resultados, apesar de todo o descaso, falta de investimento e valorização dos policiais. É utópico apostar em resultados positivos diante do sucateamento. Somos vítimas da subnotificação das ocorrências, que torna os dados apresentados irreais”, afirmou o presidente do Sinpolsan, Marcio Pino.

Segundo ele, as condições precárias do sistema de segurança do País faz com que a população fique inibida e evite procurar os distritos para registrar as ocorrências.

“O péssimo estado das instalações gera medo nas pessoas. Isso sem contar a longa espera para registrar um Boletim, devido a reduzida quantidade de funcionários. Há ainda a questão dos homicídios, que são encobertos pela ocultação de corpos enterrados em cemitérios clandestinos encontrados em diversos locais do nosso Estado. Sendo assim, resta aos familiares das vítimas um simples boletim de ocorrência de desaparecimento, fazendo com as estatísticas apresentem números de homicídios parecidos com os de países como Noruega, Dinamarca e Suécia quando na realidade o número desses crimes são bem próximos de El Salvador”, concluiu o presidente.

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