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No Dia Internacional da Mulher, luta é a palavra de ordem

Elas chegam em 2021 como CEOs de empresas e até mesmo sendo consideradas líderes da pandemia, devido ao seu comportamento mais eficaz durante a crise sanitária. Ao mesmo tempo, ainda estampam as páginas do jornais como vítimas de feminicídio e seguem na luta pelo fim da desigualdade de gênero no ambiente de trabalho.

Na verdade, o cenário é claro, em mais um Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta segunda-feira, a contradição, o preconceito, de origem antropológica, e até mesmo a injustiça continuam fazendo parte da rotina do público feminino, que ainda não tem liberdade para assumir todos os papéis, mas é obrigada a dar conta de todas as suas atribuições.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), as mulheres assumem três vezes mais responsabilidades que os homens em tarefas domésticas e relacionadas à maternidade, o que equivale a um trabalho part-time a mais por mês.

Essas funções a mais realizadas parecem ser transparentes para os parceiros, segundo estudo da Mckinsey&Company, desenvolvido durante a pandemia: 70% dos pais dizem estarem dividindo igualmente as tarefas de casa com suas parceiras, enquanto somente 44% das mães falam o mesmo. Isso mostra que, apesar dos avanços, os dias 8 de março ainda estão longe de ser considerados uma data com muitos motivos para comemorar.

Elas podem

Ainda é preciso que as mulheres não deixem de ser contratadas por terem filhos, que deixem de ser chamadas de histéricas quando falam alto, de autoritárias quando se impõem e vítimas de assédio sexual quando tentam uma promoção. É preciso que tenham o direito de se expressar ou se calar e, sobretudo, de serem aquilo que escolherem.

De que adianta serem mais instruídas que os homens e com mais acesso ao ensino superior se ainda são minoria em áreas ligadas às ciências exatas, como engenharia e tecnologia da informação, e também entre os docentes de universidade? Essa , certamente, é apenas uma das perguntas que vão permear essa segunda-feira.

Para o presidente do Sinpolsan, Renato Martins, que integra uma carreira, teoricamente, destinada aos homens, a existência de mulheres policiais civis mostra que elas são capazes de exercer qualquer função e com extrema qualidade e competência. “Elas são fortes, responsáveis, batalhadoras e em nada deixam a desejar. Precisamos acabar com esse estigma e entender que as mulheres cada vez mais estão prontas para assumir cargos de liderança ou que até ontem eram considerados masculinos”, destacou. À frente da Feipol Sudeste, Marcio Pino, mantém o mesmo posicionamento. “As mulheres vêm conquistando o seu espaço e merecem respeito”.

Elas lutam

Não é à toa que entre as funcionárias e diretoras do Sindicato, a presença da mulher é marcante. Entre elas, está a advogada Marcela Pino, que levanta as bandeiras de luta voltadas ao respeito e igualdade social. “As mulheres buscam direitos equivalentes às suas obrigações. Há muita resistência e controvérsia sobre feminismo, o importante é ter voz e direitos iguais, viabilizando o acesso às questões sociais, políticas e culturais que devem estar harmonizadas com o empoderamento feminino. Deve se deixar a questão biológica de lado, considerando a competência, o respeito e a liberdade de expressão, que sem dúvida nos dias de hoje é a nossa maior bandeira”, disse.

Vítima de preconceito por ser mulher e negra, a diretora Heliana Rosa afirma que a discriminação contra a mulher ainda é uma realidade, assim como o machismo que sempre imperou na nossa sociedade. “Na polícia mesmo há poucas delegadas negras no Estado de São Paulo. Na Baixada não conheço nenhuma. Falta empenho por parte dos homens que têm o poder. Precisam perceber o valor da mulher dando mais oportunidades competitivas. Não temos o que comemorar, mas sim o que lutar. Essa luta não acaba nunca, enquanto todo poder é ministrado ao homem desde que se instituiu a batalha dos sexos”.

A assistente administrativa Michele Santos observa que, em pleno século XXI, o sexo frágil ainda busca um maior reconhecimento na sociedade. “Muitas vezes nos deparamos com questões de ódio, desprezo, preconceito e violência contra mulher, isso impacta diretamente em algumas famílias, uma prova é o feminicídio”, mencionou, destacando as dificuldades de conciliar vida pessoal e profissional.

“Muitas vezes nos sobrecarregamos, acreditando que somos mais fortes ou devemos ser, justamente para atingir um nível de reconhecimento que nunca acontece. A desigualdade social está enraizada no coração e na mente de muitos, que não suportam o empoderamento feminino. Precisamos de mais espaço nos âmbitos econômico, político, social e cultural, e seremos incansáveis nessa busca”, completou.

Elas conquistam

A policial Adriana Dunda acredita que há sim motivos para comemorar, pois houve todo um caminho percorrido, proveniente de lutas e conquistas. “Somos vitoriosas, pois conciliamos várias jornadas, como trabalho dentro e fora de casa, filhos, administração das contas, cuidados psicológico e físico, e cuidados com a nossa beleza. Na minha profissão, o que mais pesa é conciliar os plantões noturnos. A mulher chega em casa e não vai dormir, diferente dos homens. Acho que profissionalmente estamos conquistando o nosso espaço, apesar de enfrentarmos preconceitos, assédios, dentre outros. Contudo, vamos comemorar sim a nossa data e agradecer às “guerreiras”, que engajaram uma luta em prol de nós, mulheres!”.

A vice-presidente do Sinpolsan, Ana Maria, garante que nunca sofreu discriminação no exercício da sua função como policial civil. “Não existe homem ou mulher, somos policiais sem distinção de sexo. A única diferença está no instinto materno, pois acabamos sofrendo mais por deixarmos os nossos filhos e ir trabalhar. Mas, quando desempenhamos os nossos deveres e obrigações com garra, força e coragem, somos vistas da mesma forma que os homens”.

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