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“Nada está tão ruim que não possa piorar”

Há um ditado popular que diz “nada está tão ruim, que não possa piorar”. Ser profissional de segurança no Brasil, sobretudo, em período de pandemia, é viver exatamente assim, diariamente vítima de mais uma ação ou decisão arbitrária do governo, seja estadual ou até mesmo federal. Desta vez, o absurdo envolve uma determinação do Ministério da Saúde, que prioriza a vacinação dos presos em detrimento dos policiais. Parece, mas não, não é piada.

De acordo com as orientações da pasta, presos aparecem na 17º posição na fila de preferência. Eles estão à frente dos agentes que trabalham no sistema carcerário (18º) e também das forças de segurança e salvamento (21º). As justificativas? Quando se trata do descaso com a categoria, nunca há explicações, pelo menos não lógicas e convincentes.

Nem mesmo as estatísticas estão a favor do poder público. Reportagem publicada no ano passado apontou que “Coronavírus é mais fatal com funcionários do que presos nas cadeias de SP”. Em Goiás, o número de mortos também é maior entre os trabalhadores, afirmou o governador.

“Diante da pouca quantidade de vacinas, essa decisão soa como demonstração de descaso, falta de preocupação e respeito com uma categoria que deu apoio ao senhor presidente da República. Uma decepção com aqueles que votaram acreditando que seriam mais respeitados e valorizados pelo seu governo”, disse o presidente do Sinpolsan, Renato Martins.

O presidente da Feipol Sudeste, Marcio Pino, também repudia a decisão do Ministério, uma vez que os policiais estão diretamente expostos ao vírus, sem direito a escolha. “A categoria se contamina e morre para defender a sociedade. Não é motivo suficiente para merecerem a imunização primeiro?”, questiona.

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