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SINDICAL

Mais um policial é vítima da falta de investimentos em segurança

Atuar como Policial Civil no estado de São Paulo se transformou em uma luta constante em defesa da própria vida. E não estamos falando dos riscos inerentes à profissão mas, sim, daqueles impostos pela falta de investimentos na instituição. O descaso com os profissionais de segurança fez uma nova vítima, nesta madrugada. O delegado Marcos Roberto Alves da Costa, de 58 anos, foi encontrado morto em um córrego entre o distrito de Vicentinópolis e Gastão Vidigal, no interior paulista. Costa atuava na atuava na Central de Polícia Judiciária de Araçatuba e também respondia pela delegacia de Gastão Vidigal. O acidente aconteceu após ele sair de casa, por volta de meia noite, para atender uma ocorrência.

“Tudo leva a crer que foi mais uma morte decorrente ao criminoso déficit de policiais. A política inconsequente, irresponsável que obriga acúmulo de titularidade e sobrecarga de trabalho, pode ser a responsável por mais uma vítima policial. O deslocamento, que levou ao acidente, reflete a triste realidade enfrentada pela categoria. Servidores acumulando funções e delegados respondendo por mais de uma unidade, em constante locomoção. Isso sem contar as viaturas obsoletas e sem manutenção, que podem explicar mais uma tragédia. Nossos sentimentos à família, tristeza e repúdio ao descaso pela ausência de respeito e valorização dos trabalhadores”, afirmou o presidente do Sinpolsan, Renato Martins.

A falta de funcionários nas delegacias é uma das principais reivindicações do Sindicato há mais de uma década. Atualmente, o estado de São Paulo conta com um déficit de 15 mil policiais civis. Há pelo menos 20 anos as contratações não ocorrem nas mesmas proporções que os desligamentos. Diante dessa realidade, os trabalhadores são obrigados a se submeter a jornadas excessivas e exaustivas. Quando não entram para as estatísticas de acidentes, como o registrado nesta segunda-feira, fazem parte do grupo de policiais que cometem suicídio ou são afastados por problemas mentais decorrentes do abuso cometido contra a categoria. “Até quando continuaremos à mercê desse cenário lamentável?”, questionou Martins.

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