Coletes são essenciais para o exercício da função
Diante do sucateamento da Polícia Civil, manter a integridade física dos profissionais de segurança é um dos principais desafios do Sinpolsan. Há anos, o Sindicato luta por armamentos modernos, viaturas suficientes e, sobretudo, coletes a prova de balas em condições adequadas de uso. Estarem dentro do prazo de validade é uma das premissas básicas para que equipamento proteja a corporação. No entanto, essa não é a realidade encontrada em muitos estados brasileiros.
Não é à toa que o representante da categoria na Baixada Santista e Região, Marcio Pino, precisou recorrer à Justiça em busca de uma solução para o problema. Além disso, já foram organizadas manifestações para alertar a população e chamar a atenção do poder público sobre o cenário de precariedade vivido pelos agentes. O último protesto aconteceu no final de 2019, quando coletes com datas de 2011, 2016 e 2018 foram entregues como símbolo de protesto.
Vale lembrar que os coletes são placas de proteção, feitos de um material resistente, leve, flexível, e até cinco vezes mais resistentes que o aço. Porém, eles possuem prazos de validade, que é o período em que o material possui a garantia do fabricante de que realmente funciona. A forma como são utilizados, o armazenamento e fatores como a temperatura, também podem diminuir a vida útil dos equipamentos.
Segurança
Tecnicamente falando, um projétil sai do revólver a pelo menos 1000 km/h. Essa velocidade se transforma numa força de impacto que permite que essa munição penetre no corpo. Se não for parada por um colete resistente, ela fura a camada de proteção e atinge a vítima. Essa será a situação vivida por um policial, cujo colete não está mais no prazo de validade. Recentemente, um policial federal foi salvo por um colete durante uma operação em Cuiabá, após levar um tiro no peito.
“Esperamos que não seja necessário que a justiça interceda para que a administração tome providências e forneça coletes dentro da validade e também apropriados em relação ao tamanho e com a diferenciação necessária para homens e mulheres, sem causar desconforto aos trabalhadores. É direito dos policiais terem os equipamentos necessários para exercerem a sua função com segurança”, destacou Pino.
De acordo com o advogado Guilherme Jacob, que ingressou com a ação judicial, a próxima audiência de instrução para tratar do assunto está marcada para o dia 11 de novembro. Na ocasião, serão ouvidos policiais e, inclusive, o diretor do DEINTER. “Em seguida, serão feitas as alegações finais das partes e a sentença. Mas, isso deve demorar um pouco, pois há uma testemunha, arrolada pelo Estado, que será ouvida por carta precatória em outra comarca”, explicou.