Em um País no qual aposentado é comparado a vagabundo, não poderia se esperar mais nada do que uma proposta de Reforma da Previdência voltada a retirada de direitos dos trabalhadores.
Uma nova demonstração pública da antiga opinião do governo sobre os indivíduos que, por exemplo, após anos de contribuição, encerram a carreira, deixou clara a tentativa de, mais uma vez, calar quem há anos tenta ser ouvido.
Em 1998, Fernando Henrique afirmou “vagabundo remunerado não receberá”. A referência era claramente às críticas sobre a idade mínima de 65 anos para se aposentar. Em 2016, um deputado gaúcho trouxe o discurso à tona da mesma forma, na tentativa de ser convincente sobre as mudanças previstas nas regras de aposentadoria.
Depois de três anos, João Doria entrou para o time. “Vai pra casa vagabundo, vai pra casa, aposentado”, disse o atual governador de São Paulo a manifestantes bolsonaristas.
“Aposentado não é vagabundo e merece respeito. Seja qual for a carreira, são décadas de dedicação, abdicação e luta por uma vida melhor. Não é à toa que as decisões do poder público têm sido tomadas apenas beneficiando um lado da história. Portanto, se não há reconhecimento e valorização durante a carreira, como podemos esperar algo depois?”, destacou o presidente do Sinpolsan, Marcio Pino.
