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BRASIL

Tabu e preconceito ainda rondam a Aids

Ela já matou mais de 30 milhões de pessoas e causou medo em toda uma geração que viu personalidades perderem a vida vítimas da doença. No Dezembro Vermelho, mês de prevenção e conscientização sobre o HIV, o preconceito e o tabu ainda permeiam as discussões, apesar dos avanços.

Enquanto nos anos 80 poucos meses separavam o diagnóstico da fase terminal, hoje o tratamento permite que o vírus fique indetectável, ou seja, não seja transmitido por relação sexual, e a pessoa não desenvolva a Aids.

No entanto, para que isso aconteça, é preciso estar atento e realizar o exame que identifica a enfermidade. E esse é justamente o foco da campanha deste ano, incentivar pessoas que em algum momento não se preveniram a procurar uma unidade de saúde e realizar o teste.

“Para muitos pode parecer óbvio, mas na verdade não é bem assim. Sabemos que muita coisa mudou desde que a doença foi descoberta, mas nem todos têm acesso ou conhecimento sobre o tratamento. O Dezembro Vermelho, assim como Outubro Rosa e Novembro Azul busca mostrar as formas de prevenção e deixar claro que os portadores de HIV têm direito a viver. Mas, pra isso, precisam deixar a vergonha de lado, realizar o exame e diagnosticar o mais rápido possível. O Sinpolsan apoia mais essa causa, pois tem a saúde como prioridade sempre”, afirmou o presidente do Sinpolsan, Marcio Pino.

Estatísticas

Dados do Ministério da Saúde comprovam a preocupação do representante dos Policiais Civis da Baixada Santista e Região.

De acordo com o órgão federal, a estimativa é de que 135 mil indivíduos vivem com HIV no Brasil e não sabem. Ao mesmo tempo, as estatísticas mostram que o Brasil conseguiu evitar 2,5 mil óbitos entre os anos de 2014 e 2018.

Além disso, nos últimos cinco anos, o número de mortes pela doença caiu 22,8%, saindo de 12,5 mil em 2014 para 10,9 mil em 2018. Os números refletem a teoria de que a AIDS passou de uma moléstia fatal para uma enfermidade crônica tratável, graças aos novos e modernos medicamentos que surgiram ao longo do tempo.

Porém, o uso do preservativo ainda continua sendo fundamental nesse processo para evitar a contaminação seja pelo HIV como por outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

A doença

Para quem não sabe, a Aids é causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV é a sigla em inglês). Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças.

As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

Os pacientes soropositivos, que têm ou não AIDS, podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção.

Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.

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