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SINDICAL

Sucateamento e Incompetência = Impunidade!

Dois funcionários, 25 presos, nenhuma câmera de monitoramento e iluminação, nenhum sensor de presença ou reforço na segurança. Os números falam por si só e retratam um cenário já conhecido: o sucateamento da segurança pública no estado de São Paulo. E no Deinter-6 a situação não é diferente. Dessa vez, a ocorrência foi registrada no 5º DP de Santos, localizado na Zona Noroeste.

Um grupo, composto por, pelo menos, cinco pessoas, tentou entrar na Cadeia Pública do 5º Distrito por um prédio vizinho. Durante a ação, foram jogados explosivos, na tentativa de abrir um buraco para ajudar na fuga de um dos detentos. A suspeita é de que o ‘alvo’ do resgate fosse o homem envolvido na morte do Policial Militar Jeferson Chapani, registrada em janeiro. A ação causou, inclusive, a suspenção dos serviços do CAPS, vizinho à Unidade.

Uma cadeia lotada com 25 presos e a presença de somente dois funcionários. Uma unidade que não dispõe de câmeras de monitoramento das áreas internas e externas, sem uma iluminação com sensor de presença para despertar a atenção no caso de aproximação ou invasão do espaço. Uma cadeia sem reforço na segurança externa. A ação criminosa apenas expôs o descaso com que a segurança pública vem sendo tratada no Estado.

Há pouco mais de um mês, criminosos armados com fuzis invadiram uma delegacia no Guarujá e resgataram dois chefões de uma facção criminosa, que haviam sido presos poucas horas antes. Uma unidade, que também se encontra na mesma situação, mas ainda pior, com apenas um funcionário. Apenas esses dois episódios nos remetem à falta de estrutura histórica vivida pelos Policiais Civis: déficit de funcionários, estrutura sucateada, equipamentos obsoletos e falta de armamentos fornecidos para a categoria, consequência da falta de investimentos.

As investidas a duas cadeias públicas, além da recente subtração de fuzis de uma base da Polícia Militar, sinalizam a insegurança da região, decorrente não só da ausência de uma política de segurança séria, mas também da incapacidade da Administração local, que não consegue implementar medidas eficazes, agravando ainda mais o problema.

O Deinter-6 tem o dever de explicar a ausência de um plano de ação, a inexistência de um trabalho de inteligência capaz de antever as possíveis invasões. É preciso esclarecer a falta da presença do Grupo de Operações Especiais (GOE) para garantir a inviolabilidade das cadeias, apontar o destino dado aos fuzis – que alegam ter recebido do Governo -, informar os motivos pelos quais as viaturas semi-blindadas não foram deslocadas para essas cadeias vulneráveis, permanecendo estacionadas na garagem do 3º DP/Santos.

Deve, também, diante da falta de servidores, explicar para a sociedade as razões para a transferência de dez investigadores de polícia para cuidar da Portaria do Palácio da Polícia, que hoje possui mais funcionários do que as próprias cadeias. Isso sem contar a incapacidade de articular integração para obtenção de apoio do BAEP- Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar.

“Mais uma vez, ficou clara a vulnerabilidade e a insegurança dos próprios trabalhadores, que vivem à mercê dos bandidos e do descaso do governo. É um absurdo. Não há câmeras, iluminação, sensor de presença, efetivo, equipamentos e viaturas. Não há estrutura adequada para realização de um trabalho de qualidade, nem adoção de protocolos de segurança. Os bandidos atuam com fuzis e andam em grupos. Já a polícia não consegue formar equipes e as forças especiais criadas não são deslocadas para os locais necessários, pois a Administração na verdade, despreza a vida dos Policiais”, destacou o presidente do Sinpolsan, Renato Martins.

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