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Setembro Amarelo alerta para prevenção ao suicídio

De todas as campanhas realizadas mensalmente, o Setembro Amarelo atinge diretamente os Policiais Civis, já que no Brasil o número de policiais que tira a própria vida é maior que o dos que morrem em serviço. E é esse justamente o objetivo deste mês, prevenir e reduzir o número de suicídios no País, que gira em torno de 12 mil mortes por ano. Segundo o relatório anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em outubro do ano passado, só em 2019, 65 policiais militares e 26 civis cometeram suicídio. Naquele mesmo ano, o número de PMs mortos em serviço foi de 56 e o de policiais civis, 16. A quantidade de policiais mortos fora de serviço foram 101.

Apesar de alarmante, o cenário não é novo, assim como as causas que levam esses profissionais a desistirem de viver. Normalmente, a questão está relacionada ao convívio permanente com a morte e a violência, as extenuantes jornadas de trabalho, a falta de sono, lazer e convívio com a família. Isso sem contar o sucateamento da instituição, que faz os policiais conviverem com o descaso e a desvalorização.

“Outras características da cultura policial, como a aura de invencibilidade, força e coragem que muitas vezes se acredita que devam revestir o profissional, fazem com que manifestações relacionadas a fraquezas, dores e medos, inerentes à experiência humana, encontrem pouco ou nenhum espaço nas organizações policiais”, apontou o relatório. Por isso, a importância de buscar ajuda diante de qualquer sintoma. Ao se calar, o profissional acaba não aguentando a pressão interna e opta por, sozinho, acabar com toda a dor.

Este ano, o tema do Setembro Amarelo é “Agir salva vidas”. Ao falar sobre a escolha do foco da campanha, o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antonio Geraldo da Silva, afirmou que é possível prevenir o suicídio, já que existem muitos sinais que alertam para a tentativa de tirar a própria vida por parte de uma pessoa como, ficar mais recluso, falar muito sobre sumir, não ter mais esperança e mudar o comportamento repentinamente.

“O mais importante é dizer às pessoas que não duvidem de quem ameaça cometer suicídio. Costumo dizer que, nesse caso, o cão que ladra, morde. Não podemos arriscar; a pessoa está sofrendo, por isso dizemos que agir salva vidas, no sentido de encaminhar para um serviço de saúde, um médico psiquiatra, marcar a consulta e ir junto, não deixar a pessoa sozinha, fazer com que ela sinta que você está ao lado dela”. O médico destacou também que se deve ter em mente que a doença mental é como o diabetes, a hipertensão. Ela tem tratamento, tem controle, e a pessoa pode voltar a ter qualidade de vida. Esses são os caminhos para evitar o suicídio, afirmou.

Diante desse cenário, o presidente do Sinpolsan, Renato Martins, chama a atenção da categoria para que não escondam o problema ou, muito menos, tentem resolver sem ajuda profissional. “Os policiais sofrem diariamente com muitas situações inerentes à profissão, inclusive, sem saber se voltarão para casa depois do expediente. Não basta cuidar da saúde física, é fundamental ficar atento à saúde mental”.

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