Não basta investir em novas empresas. Para trabalhar também é preciso ter saúde, segurança e qualificação
Tempo de espera para fazer um boletim de ocorrência? Três horas. Tempo de permanência em hospital público aguardando atendimento? Seis horas. Número de crianças na fila em busca de uma vaga em creches estaduais? Mais de 30 mil.
Prazo para abrir uma empresa e emitir certificação digital? 24 horas. Na gestão Doria, os serviços básicos e a população podem esperar, mesmo que isso custe a vida de um paciente com câncer à espera de tratamento. Já as questões aleatórias é preciso agilizar.
O recente anúncio feito pelo governador, reduzindo para apenas um dia o prazo destinado a abertura de empresas, escancara, mais uma vez, as prioridades da administração tucana. Enquanto os Policiais Civis terão que aguardar até o fim do mandato para se tornarem os profissionais de segurança mais bem pagos do País, empreendedores conquistaram redução na burocracia em apenas seis meses.
Vale lembrar que a busca por uma luz no fim do túnel pelos servidores vai muito além dos próximos três anos e meio de expectativa, provavelmente frustrada. A categoria segue em direção a uma década de descaso, salários defasados e estrutura precária.
É necessário beneficiar os geradores de empregos? Sem dúvida. No entanto, para ter um bom desempenho laboral, é preciso chegar ao trabalho com segurança, ter saúde e um local adequado para deixar os filhos.
“Somos a favor da promoção do crescimento e desenvolvimento de todos os setores, mas para gerir com inteligência é preciso priorizar as necessidades básicas. Quando clamamos por melhores condições, estamos reivindicando respaldo para oferecer um serviço de qualidade para a sociedade. O governo não pode direcionar os investimentos apenas para onde convém. Os paulistas estão cansados de ter a vida levada nas costas de uma tartaruga, enquanto o poder público disponibiliza o foguete para questões que atendem uma minoria”,
afirmou o presidente do Sinpolsan, Marcio Pino.
