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Policiais à mercê do vírus e do Estado sem Respeito

No palanque ou em frente às câmeras, o Plano São Paulo contra o Covid-19 segue rígido para evitar a disseminação da doença. Obrigação do uso de máscaras, álcool em gel, testes para a população e estratégias revistas periodicamente. Pena que o lema “Faça o que eu digo, não faça o que eu faço” também segue firme quando se trata das ações do governo. Basta acompanhar, desde o início da pandemia, o tratamento do poder público junto aos profissionais de segurança.

Obrigados a seguir nas ruas e nos plantões à mercê do vírus, já que fazem parte de uma categoria essencial, também são vítimas do descaso e do descuido da administração estadual. Há cerca de um ano, os Policiais Civis lutam em busca de equipamentos de proteção suficientes, disponibilidade de exames e, até mesmo, afastamento do trabalhador ou do grupo, no caso da contaminação de um agente. O fornecimento de material de proteção foi objeto de ação judicial, diante da inércia do estado.

De acordo com o presidente do Sinpolsan, Renato Martins, os Policiais, assim como os profissionais de saúde, seguem na linha de frente, diariamente expostos ao risco de contágio, sem interromper suas atividades e reduzir seu trabalho, o que deveria resultar numa atenção especial por parte do Estado, pois um surto na categoria colocaria em risco toda a população.

Desrespeito

É nítida a falta de cumprimento dos protocolos exigidos pelo próprio governo, uma vez que não há facilidade na viabilização dos mecanismos necessários para a preservação da saúde e tratamento dos policiais. Muito pelo contrário, o que se verificou foi a entrega de frascos de álcool gel 65%, quando o indicado seria 70%, e vencidos. Os Policiais do Estado de São Paulo, receberam frascos sem eficácia no combate à contaminação pela Covid-19, vencidos em 2018. Um absurdo, um desrespeito.

Essa omissão do Estado é evidente sob todos os aspectos e o resultado é o que estamos assistindo. O Estado de São Paulo já contabiliza um número de policiais mortos por Covid-19 superiores às mortes em combate. O número oficial de afastamentos por conta da pandemia, ultrapassa a casa dos 1650 casos, agravando ainda mais o trabalho policial, diante do déficit de funcionários que a instituição possui.

“A constatação de um servidor policial infectado, segundo o protocolo estabelecido, deveria provocar a quarentena para todos que conviveram com ele ou a realização de testagem em todos, além da desinfecção do ambiente, mas nada disso vem sendo aplicado. O servidor é apenas afastado e os demais estão buscando com recursos próprios exames para verificar sua condição de saúde”, disse o representante da categoria em Santos e Região.

Federação

Para o presidente da Feipol Sudeste, Marcio Pino, que estava à frente do Sinpolsan quando começou a pandemia, é um absurdo que os policiais tenham que se mobilizar pelo óbvio, afinal, eles estão arriscando as suas vidas em prol da segurança do País. “Não deveríamos ficar surpresos diante do histórico de comportamento do governo, seguimos denunciando e lutando contra esse descaso, envidando esforços para transformar essa realidade”.

A ação da Federação, junto à Cobrapol, resultou no reconhecimento da prioridade da categoria Policial no plano de vacinação do Ministério da Saúde. Porém, até o presente momento, a Administração não entabulou nenhuma ação junto às Secretarias de Saúde dos Municípios, objetivando a proteção dos Policiais como parte do calendário de vacinação dos grupos prioritários.

Uma das garrafas de álcool disponibilizada a uso com a validade vencida

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