Polícia de SP e a maior defasagem salarial do país
Para quem ouve pode parecer exagero, mas a realidade consegue ser ainda pior do que a teoria. Isso mesmo. Enquanto São Paulo é considerado o estado mais rico do Brasil, os Policiais Civis sofrem com a maior defasagem salarial do País. O cenário discrepante mostra a importância da união e fortalecimento da categoria, favorecendo a evolução de todas as regiões.
No entanto, apesar da unidade na luta, nem todos são vítimas da desvalorização. Pelo contrário. São obrigados a driblar o discurso do governo que, muitas vezes, utiliza São Paulo como referência negativa para não atender os anseios e as reivindicações dos policiais.
“Quando estávamos em discussão, em 2012 ainda, sobre o aumento salarial, o governador da época disse que o estado de São Paulo, cujo PIB é bem maior do que o nosso, pagava bem menos aos seus policiais. Isso foi usado de forma negativa. Hoje ainda temos o PIB mais baixo, mas conseguimos evoluir, então SP também pode implementar isso, impactando diretamente na atuação da categoria”,
afirmou o representante do Sinpol de Amazonas, Odirlei Araújo.
Segundo ele, nos últimos anos o salário dos agentes amazonenses subiu de R$2.570 para R$3.500. Mas não para por aí. O contracheque apresentado por Araújo aponta um ganho de mais de R$ 10 mil líquidos somando as gratificações e pagamentos extras. Para os associados do Sinpolsan, isso ainda faz parte de um sonho a ser realizado.
“Queremos nos juntar a essa luta do Sindicato da Baixada Santista, trazendo a nossa experiência e contribuindo para novas conquistas”, destacou o escrivão de Manaus. O Sinpolsan sabe que a parceria dos outros sindicatos é legítima. O difícil é acreditar em promessas do governo.
Se depender de João Doria, os policiais do estado de São Paulo vão ter que esperar até o final do seu mandato, que acabou de começar, para terem o seu devido valor. Mesmo sabendo que há anos eles sofrem com o sucateamento da instituição.
Em recente discurso, o governador afirmou que até 2022, os policiais, que defendem o maior estado do País, serão os mais bem pagos do Brasil. É preciso ver pra crer, afinal esses profissionais estão acostumados a ser protagonistas de eleição e coadjuvantes na hora da decisão.
Até hoje, sofrem com a falta de pagamento das diárias extraordinárias da Operação Verão (DEJEC), atraso na premiação do bônus e falta de diálogo com os representantes. O cenário indica a mesma política realizada pelos governantes anteriores do PSDB, ou seja, portas fechadas e nenhum plano de valorização.
Chega de promessa a longo prazo e que cai no esquecimento. É preciso discutir hoje, pois as contas não vão aguardar até o fim do mandato do governador para serem reajustadas.