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Cada macaco no seu galho

É fundamental mantermos a tese de que unidos somos mais fortes. No entanto, é primordial o entendimento que quando se trata de gestão, cada macaco deve estar no seu galho. O pedido de demissão do, até então, ministro da Justiça, Sérgio Moro, reitera os anseios de todos os profissionais de segurança do País: precisamos de autonomia para que seja possível manter as investigações livre de interferência e ingerência política.

Se para muitos, foi surpreendente ouvir o ex-juíz falar sobre as tentativas de interferências do governo federal nas investigações policiais, para nós que estamos dentro das delegacias do Estado de São Paulo, que sofre com esse tipo de pressão todos os dias, foi como “chover no molhado”.

Polícia e política sempre caminharam lado a lado, mas não no sentido comum de alinhamento. Pelo contrário. Não é de hoje que civis, militares e federais são interpelados por pedidos, ingerências ou simples indicações de cargos visando interesse próprio.

Fortalecer instituições

Sérgio Moro apenas trouxe à tona uma realidade, ao mesmo tempo em que mostrou a necessidade de blindarmos o nosso sistema para que sejamos capazes de realizar o nosso trabalho com clareza e imparcialidade.

“Tinha uma desconfiança do ex-ministro, e cheguei a questionar Moro sobre a sua condução de modo parcial nas investigações da Lava Jato, que é uma atitude inadequada para um magistrado, deixando a dúvida se estava realmente combatendo a corrupção ou estaria interferindo na política. Porém, agora entendo que suas ações visavam apenas o combate a corrupção e o fortalecimento das instituições”, afirmou o presidente do Sinpolsan, Marcio Pino.

Para ele, uma polícia forte se faz com autonomia. “Aqui em São Paulo estamos acostumados com essa interferência política, que se escancara. Isso fica ainda mais evidente nas indicações políticas sem critérios justos ou de competência para nomeações de cargos de comando da nossa Policia. Que esse novo capítulo da história da segurança pública sirva para explicar que uma boa investigação precisa, acima de tudo, de isenção”.

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