Em meio aos receios envolvendo a pandemia do coronavírus, o Brasil registrou outras 55 mil mortes causadas por diferentes doenças em 2020. O número supera o previsto para o período e faz um alerta para que as pessoas mantenham a prevenção contra a covid-19, porém não deixem de se preocupar com o tratamento de outras enfermidades.
E a chegada do mês de julho traz à tona a discussão em torno de uma doença, muitas vezes, silenciosa, mas que necessita de cuidados e atenção especial: as hepatites virais. No Brasil, os tipos mais comuns são causados pelos vírus A, B e C. Mas também existe o vírus da hepatite D (mais frequente na região Norte) e o vírus da hepatite E, que possui ocorrência rara no país.
Além de viral, a inflamação também pode ser desenvolvida pelo uso de medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas.
As hepatites, muitas vezes não apresentam sintomas, mas quando aparecem, estes se manifestam na forma de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), mais de 1,5 milhão de pessoas têm hepatite, mas apenas cerca de 300 mil sabem disso. Por isso, a prevenção ainda é o melhor caminho.
Entre as formas de evitar o contágio estão o uso de preservativos em todas as relações sexuais; não compartilhar objetos de uso pessoal, tais como agulhas, alicates de unha e lâminas de barbear, exigir sempre materiais esterilizados ou descartáveis em estúdios de tatuagem e piercing, consultórios médicos, odontológicos, manicures, etc e lavar as mãos (incluindo após usar o banheiro, trocar fraldas e antes do preparo de alimentos).
“Infelizmente, ainda temos a mania de ir ao médico apenas quando a situação já está sob controle. É fundamental fazermos exames de rotina e ter na prevenção a melhor forma de se manter saudável. O coronavíris é grave, porém muitas outras doenças matam ainda mais. Precisamos ficar atentos”, destacou o presidente do Sinpolsan, Renato Martins.
Atualmente, a rede de serviços de saúde do SUS disponibiliza testes rápidos para as hepatites B e C. O diagnóstico também é realizado por meio de exames de sangue específicos para os tipos da doença.