O dia 20 de novembro se tornou uma data para valorizar e compreender a importância da cultura e da história dos negros no mundo.Não é à toa que coincide com a morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, um dos maiores líderes negros do Brasil, que se mobilizou pela libertação do povo contra o sistema escravista.
A criação do Dia da Consciência Negra chegou a ser questionada, mas diante de uma realidade na qual as diferenças ainda são usadas como objeto de discriminação, é sempre importante refletir e lutar contra o racismo invisível, institucional e estrutural. E a realidade corrobora para que se entenda cada vez mais a importância de manter esse momento de reflexão.
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2019, apontou que pretos e pardos representam 56% da população e têm os piores indicadores de renda, moradia, escolaridade e serviço do país. Além disso, o Atlas da Violência de 2020 mostra que, entre 2008 e 2018, a taxa de homicídios cresceu 11,5% na população negra. No mesmo período, a taxa entre não negros caiu 12%.
Isso significa que enquanto as desigualdades continuarem sendo tratadas com naturalidade, ficará clara a necessidade de falar sobre o tema. E não só em novembro! É fundamental a construção de uma consciência social, provocando também uma reflexão acerca da importância do povo e da cultura africana no Brasil, analisando e exaltando o impacto que os negros tiveram no desenvolvimento da identidade cultural brasileira, seja na música, gastronomia e até na área política e religiosa.
“O Sinpolsan considera a data extremamente importante e reputa necessária a valorização do sentimento dos negros em relação à sua história e a sua herança cultural, encorajando a luta contra a discriminação, transformando-os em protagonistas das necessárias mudanças da realidade ainda verificada em nossa sociedade”, destacou o presidente do Sindicato, Renato Martins.