Sem estrutura, com baixo salário e revólver 38 nas mãos
Eles se formaram durante a pandemia e, na visão do governo, estão prontos para combater a criminalidade com um revólver calibre 38. Uma arma mais antiga do que o ano registrado no próprio RG de alguns dos novos policiais.
Essa é a realidade dos profissionais de segurança que, se depender de João Doria, vão ter a sua carreira dividida em duas fases: a de vítima da criminalidade bem armada e a de possível líder num confronto com o bandido. Pode parecer confuso, mas o cenário é claro, apesar de estarrecedor.
Conforme denúncia feita por representantes da categoria, mais de 200 agentes da Polícia Civil receberam revólveres dos anos 1980. Além das munições próximas à data de validade para trabalhar. A justificativa do líder tucano? A pandemia trouxe prejuízos na formação dos trabalhadores, mas “haverá possibilidade de substituição posteriormente”.
Além disso, ele garantiu a aquisição de milhares de pistolas austríacas e a licitação de outros equipamentos. Ou seja, quando se trata de segurança pública, a lista de promessas do governador não para de aumentar desde a campanha eleitoral. Contratação de novos funcionários, realização de concurso público, aumento salarial e, agora, novos armamentos.
“O problema é que o lema de Doria é promessa feita, promessa não cumprida. Isso sem contar o fato de que esperar a possibilidade de obtenção de uma arma mais potente não é o mesmo que aguardar um novo computador. A criminalidade não espera, a vida do policial é colocada em risco todos os dias, as operações são rotineiras. Não podemos ficar à mercê das decisões arbitrárias de Doria, cujo relógio parece não trabalhar no mesmo compasso que o nosso”, destacou o presidente do Sinpolsan, Marcio Pino.