Sinpolsan e o Dia do Trabalho
Desde o início da Revolução Industrial, várias transformações e avanços tecnológicos trouxeram novas funções e profissões, mas nenhuma evolução foi capaz de modificar a importância do papel humano, a valorização do trabalho e, consequentemente, do trabalhador.
O Dia do Trabalhador, considerado feriado em alguns países do mundo, foi escolhido em homenagem ao movimento dos trabalhadores dos Estados Unidos que, num sábado, em 1º de maio de 1886, foram às ruas das maiores cidades do país, para pedir redução da carga horária máxima de expediente diário e melhores condições profissionais. Esse grande movimento foi realizado porque, no início da era industrial, os funcionários eram submetidos a condições muito precárias – salários baixos, muitas horas de serviço e locais insalubres. Foi a partir desse movimento que a jornada diária, antes de 100 horas semanais, cerca de 16 horas diárias, foi reduzida para 8 horas.
A luta conflituosa norte americana, sob o slogan: “oito horas diárias sem redução de salário”, resultou em prisões e mortes de policiais e trabalhadores. A conquista de um cenário mais justo foi reconhecida em 1890 pelo continente Europeu, estabelecendo o dia 1º de maio como o Dia do Trabalhador ou Dia do Trabalho, enfatizando a importância da mobilização por melhores condições de trabalho.
Curioso é notar que 135 anos depois, a situação dos policiais do Estado de São Paulo não é diferente daquela época. Desvalorizado, mal remunerado, atuando em ambientes insalubres e precários, sobrecarregado, com jornadas exaustivas, sem qualquer apoio psicológico ou jurídico, sem proteção eficiente, convivendo com equipamentos obsoletos, vencidos e ineficazes, em edificações inseguras e deterioradas, ou seja, uma realidade vergonhosa. Pode-se afirmar que a situação é criminosa, pois o atual quadro enfrentado pela categoria é resultado de uma ação deliberada de sucateamento da atividade da polícia investigativa.
O Estado com o maior orçamento da Federação, que pior paga seus policiais, não conseguiu entregar equipamentos de proteção, persistindo a falta de coletes balísticos para um número considerável de profissionais. Não consegue oferecer viaturas seguras, permite a existência de armamento obsoleto e ambientes incapazes de trazer segurança e bem estar. A Polícia de São Paulo não conseguiu sequer equipar as unidades com material digital de coleta de impressões, revelando o total desrespeito com a atividade desenvolvida nas Delegacias e a a desvalorização do Policial Civil.
Inobstante a péssima remuneração, após duas reformas previdenciárias cruéis, o policial encontra-se humilhado e desvalorizado e essa triste realidade demonstra o pouco a se comemorar. No entanto, a data não pode ser esquecida, sobretudo, as causas, que lhe deram origem, para que o policial comece a se convencer da necessidade de se insurgir contra essa situação, buscando a dignidade e valorização merecidas.
O Sinpolsan, nesta data importante, ratifica a sua condição de instrumento de apoio e luta em defesa da categoria e cumprimenta todos os trabalhadores, responsáveis pelo desenvolvimento da nação, em especial os servidores policiais do Estado de São Paulo.