O negacionismo de Doria
Um ano depois do início da pandemia, o governo Doria anuncia, mais uma vez, o fechamento dos estabelecimentos comerciais, mantendo em funcionamento apenas os essenciais. A decisão tem como base estatísticas de mortes pelo Covid-19 e dados científicos.
Seis anos depois da primeira ação judicial impetrada pelo Sinpolsan, o poder público insiste em manter o Palácio da Polícia, localizado no Centro de Santos, com as portas abertas, apesar dos laudos de especialistas alertarem para a falta de segurança e riscos gerados aos funcionários e para a população. Seria contraditório se, na verdade, não fosse conveniente.
Ver para crer
Parece que para a gestão tucana, apenas as ciências médicas são levadas em consideração. Quando se trata de engenharia, análises e cálculos são ignorados e, consequentemente, a falta de estrutura dos prédios deixadas de lado. Não é à toa que o IML de Santos segue à espera de um milagre e o 2º DP permanece fechado após a queda do teto da sala de um escrivão, no bairro Jabaquara.
É o governo estadual seguindo o lema “ver pra crer”, conforme comprovou o próprio procurador da administração na última reunião de conciliação. “Apesar dos laudos, já foram seis anos e nada aconteceu”, afirmou o representante dos líderes tucanos.
Mas, como diria Cazuza “tuas ideias não correspondem aos fatos”, pois nesta última terça-feira (2) houve um princípio de incêndio em uma tomada de ar condicionado no 3º andar do Palácio. Além disso, o caos registrado nesta quarta-feira na DDM do Gonzaga também mostra que não há mais tempo para promessas falhas. A unidade ficou alagada, após a forte chuva que atingiu a região.
Um detalhe importante, o prédio foi reinaugurado há apenas um ano e meio. Só não se sabe quem fez o projeto e qual foi o nível de preocupação com a segurança. Talvez para o governo apenas mortes justifiquem mudanças.
“Os inúmeros prédios em situação precária nada mais são do que o reflexo do pensamento do Estado, que não se rende à Ciência da Engenharia. Não importa as falhas e os riscos apontados, já que todos são desprezados”, afirmou o presidente do Sinpolsan, Renato Martins, que tem atuado ativamente em busca de melhorias na infraestrutura das Unidades policiais.
As ações dão continuidade ao trabalho iniciado por Marcio Pino, atualmente à frente da Feipol Sudeste. Ao ampliar o seu campo de atuação, Pino segue na luta por melhores condições para a categoria. “Quando se trata de segurança pública, tudo parece ser feito de forma aleatória, sem embasamento e planejamento”, destacou.