Investimento em inteligência é a chave para a segurança
O déficit de Policiais Civis no estado de São Paulo já não é mais uma novidade. No entanto, o registro de ocorrências como a captura dos dois foragidos da penitenciária federal de Mossoró (RN), após 50 dias da fuga, reforçam um agravante da falta de funcionários nas delegacias: a impossibilidade de investigação e consequente elucidação de crimes. O sucesso da operação no Rio Grande do Norte deixou clara a importância de investimentos não só em estrutura física, mas em inteligência e tecnologia para que os policiais cumpram com a sua missão.
Uma mudança de estratégia, que substituiu a força física pelo uso da inteligência, foi a responsável por colocar Rogério Mendonça e Deibson Nascimento na prisão. Menos custos e melhores resultados, esse foi o caminho adotado pelas instituições de segurança. Não houve disparos de armas de fogo, confrontos ou mortes. Houve apenas uma certeza, a polícia judiciária, de investigação, precisa ser valorizada para um combate efetivo da criminalidade. E o custo é significativamente baixo, considerando o seu resultado.
A verdade é que o fato apenas ilustra quais ações são fundamentais para reverter estatísticas desde sempre alarmantes. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança, quase metade (47,2%) dos 41 milhões de boletins de ocorrência registrados em todo o país em 2022 era de natureza criminal, exigindo trabalho de investigação da Polícia Civil. Além disso, considerando apenas os 59.246 inquéritos de homicídio de 2022, as polícias civis relataram 19.079 desses procedimentos com indiciamento e 16.626 sem apontar responsáveis. Ou seja, 23.541 entraram no estoque daquele ano.
A luta do Sinpolsan sempre foi nessa direção. Há décadas, o Sindicato bate na mesma tecla: valorização da Polícia Judiciária é imprescindível para o sucesso de qualquer política de segurança. “Não há nem mesmo a desculpa da falta de verba, afinal o caso de Mossoró mostrou que investir em investigação significa reduzir custos durante as operações. São muitos os ganhos, que envolvem principalmente uma população segura e os policiais tendo a chance de cumprir com a sua responsabilidade. Bandido bom é bandido processado, condenado e preso”, destacou o presidente do Sinpolsan, Renato Martins.